Homem é rejeitado pela igreja e precisa ter seu corpo velado em uma praça pública...Ver mais


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Aurélio Rodrigues era um homem simples, trabalhador, com apenas 54 anos, mas seu rosto cansado refletia bem mais. Quem o visse, facilmente lhe daria mais de 60. A dura rotina de trabalho com a enxada deixou suas marcas. No bairro Marabaixo, Zona Oeste da capital, era conhecido por sua dedicação. Ele limpava quintais, cobrando entre 30 e 50 reais por serviço, e assim garantia sua sobrevivência.

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Porém, a saúde começou a falhar. Durante quatro meses, peregrinou pelas unidades públicas de saúde em busca de respostas, mas os médicos não conseguiam diagnosticar seu problema. O que ele sabia, com certeza, era que vivia com dores insuportáveis. Lutou enquanto pôde, tentando se manter de pé. Mas, em julho de 2015, sua jornada chegou ao fim. E, como se não bastasse a dor de sua partida, sofreu sua última rejeição: a igreja da comunidade se recusou a receber seu velório.


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Aurélio vivia sozinho em um barraco de madeira. Tinha dois filhos, um homem e uma mulher, mas ambos moravam longe e enfrentavam dificuldades financeiras. No dia a dia, contava apenas com a solidariedade dos vizinhos. Foram eles que lutaram para que ele conseguisse atendimento médico. A batalha por exames no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) foi longa. Antes disso, nas unidades públicas, ele apenas recebia analgésicos que aliviavam a dor momentaneamente.

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A suspeita era um problema na próstata, mas sem exames concretos, nada foi confirmado. Após sua morte, Josias Souza, um vizinho próximo, revelou a frustração: quando buscaram ajuda no Hospital de Emergência, ninguém se prontificou a realizar os exames. “Foi descaso ou má vontade?”, ele se perguntou.


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Mas a humilhação não terminou aí. Seus vizinhos, determinados a dar-lhe um adeus digno, buscaram o padre da paróquia local para realizar o velório na igreja. A resposta foi um seco e definitivo “não”. Sem outra opção, montaram o velório na praça do bairro. Lá, entre rostos entristecidos e olhares indignados, Aurélio recebeu sua última homenagem.

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O caso gerou indignação na comunidade. Muitos se perguntavam como alguém que sempre trabalhou duro e foi querido pelos vizinhos pôde ser tratado com tanto descaso, tanto pela saúde pública quanto pela própria igreja. A sensação era de impotência diante de um sistema que falhou em lhe dar assistência na vida e até no momento de sua despedida.

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A despedida de Aurélio, feita ao ar livre, tornou-se um símbolo do abandono que tantos brasileiros enfrentam. Seus vizinhos fizeram o possível para garantir-lhe um funeral digno, mas a recusa da igreja foi um golpe difícil de aceitar. Era como se, até na morte, ele continuasse sendo ignorado.

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A história de Aurélio Rodrigues não é apenas sobre um homem humilde que partiu. É um retrato da luta de tantos brasileiros invisíveis, que batalham até o último suspiro, mas, no fim, são esquecidos por um sistema que deveria protegê-los.

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Seu adeus, feito ao ar livre, na praça, foi a prova final de que, para muitos, a dignidade ainda precisa ser conquistada até no último momento.

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fonte: https://godoinews.com/

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